Tal como os quatro meses, os seis meses e os nove meses, os 12 meses são um marco na diversificação alimentar do bebé.
A etapa dos 12 meses é marcada, essencialmente, pela “luz verde” para (quase!) todos os alimentos. Como tal, a partir dos primeiro ano de vida do bebé, a alimentação do bebé passa a contar com:
Mel
Com bom senso – e em pouca quantidade – podemos começar a oferecer mel ao bebé como adoçante natural. O mel tem inúmeros benefícios, especialmente no combate a infecções reforçando o sistema imunitário do bebé.
Especiarias e ervas aromáticas
As ervas aromáticas podem começar a ser introduzidas a partir dos seis meses – especialmente funcho/erva-doce e sementes de coentros por serem bons aliados no combate aos gases dos bebés e terem propriedades relaxantes e anti-inflamatórias. A hortelã-pimenta, salsa, cebolinho, orégãos e manjericão devem ser introduzidos, espaçadamente, para nos certificarmos que não existe nenhuma reação alérgica permitindo também a adaptação aos novos sabores. Contudo, os 12 meses têm sido apontados pelos especialistas como a etapa consensual para a utilização plena das mesmas. Devemos estimular e desenvolver o paladar do bebé introduzindo novos sabores pois só assim conseguiremos ter pratos ricos, saborosos e reduzir (ou até eliminar) o consumo de sal.
Por sua vez, as especiarias não devem ser introduzidas antes dos 12 meses. Como tal, a partir do primeiro ano e vida, temos luz verde para a introdução de especiarias “doces” (baunilha, canela, anis, açafrão, noz moscada, cominhos, cravinho da índia) continuando interdita a utilização de especiarias picantes (qualquer tipo de pimenta).
Introdução de sal
A partir dos 12 meses é possível – se os pais desejarem – introduzir (uma pitada de) sal na alimentação do bebé. Se possível, deve ser utilizado sal iodado (enriquecido com iodo), sempre com uma boa dose de bom senso!
Carne de vitela
A partir dos 12 meses podemos introduzir carne de vitela na alimentação do bebé. Contudo, devemos continuar a privilegiar o consumo de carnes brancas e magras (frango, galinha, peru, coelho, avestruz) continuando sempre com o cuidado de as cozinhar bem e de lhes retirar toda a gordura visível dada a sua especial aptidão para potenciar o aumento de peso e o aumento do “mau colesterol” – LDL.
E aos 12 meses, continuam a estar “interditos” os seguintes alimentos:
– Marisco: devido ao teu potencial alergénico (e muitas vezes tóxico!), continua a ser um alimento proibido;
– Carne de porco: devido ao teu potencial alergénico, continua a ser um elemento proibido;
– Leite de vaca: um tópico que, nos últimos tempos, tem gerado uma grande discussão académica dividindo opiniões de todos os especialistas. Contudo, a maioria dos profissionais não aconselha, de todo, a sua introdução antes dos dois/três anos de idade. Como tal, se a mãe já não amamenta, é aconselhável a manutenção do leite de transição (leite em pó);
– Iogurtes “normais”: devem continuar a ser oferecidos iogurtes elaborados com leite de transição;
– Pimentas e outras especiarias fortes: continuam a estar vedadas;
– Chás (e não tisanas!), bebidas estimulantes e sumos: dado o teor de cafeína que os chás e outras bebidas estimulantes contêm, continuam a não ser permitidos na alimentação do bebé. Por sua vez, também os sumos, devido ao elevado teor de açúcar e outros componentes, devem continuar a não fazer parte da alimentação do bebé.
– Chocolate: devido ao teu potencial alergénico, continua a ser um elemento proibido. Para além da questão do teor de açúcar que contém…
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Continuar os bons hábitos alimentares
Relativamente à logística da preparação de refeições, cada família terá, seguramente, a sua própria dinâmica.
Se introduzirem sal na alimentação do bebé, podem reduzir (ou acabar!) com a logística de fazer sopas diferentes para pais e bebés. Devem ter em conta que o bebé deve continuar a fazer as duas refeições principais (almoço e jantar) começando com sopa e, de seguida, introduzir o segundo prato.
Como todos sabemos, para qualquer bebé é mais interessante partilhar o segundo prato com os pais – diretamente do prato dos pais! – do que comer no seu próprio prato. Por isso, se assim entenderem, podem oferecer a sopa ao bebé e, de seguida, partilhar o segundo prato com o bebé tornando a refeição num momento em família introduzindo e consolidando a importância do momento da refeição em conjunto.
Os bebés que apresentam (ou continuam a apresentar) mais resistência aos pratos sólidos devem comer sopa com peixe, carne ou ovo (alternadamente – e caso não apresente qualquer alergia a nenhum dos elementos – para que não haja um excesso de proteína para o organismo) garantindo, desta forma, a ingestão das proteínas necessárias ao seu desenvolvimento. “Petiscarão” o segundo prato com os pais para que, a seu tempo, se consolide a introdução de um segundo prato sólido na íntegra.
Nesta fase, devemos continuar a privilegiar sopa com texturas diferentes para que o bebé desenvolva e estimule a mastigação.
Quanto às principais fontes de hidratos de carbono (papas/pão): devemos continuar a optar por cereais parcialmente refinados – tal como o devemos fazer na nossa alimentação – e continuar a privilegiar, se possível, a elaboração de papas caseiras e oferecer pão caseiro. Sempre que possível, devemos optar por pão caseiro ou, pelo menos, optar por pão sem sal ou com baixo teor de sal e sem adição de outros ingredientes (leite, açúcar, ovos) e aditivos pois só assim garantimos a quantidade (e os ingredientes!) que estamos a oferecer ao bebé.
Os hábitos alimentares das crianças são aqueles que vivenciam em casa e que lhes são incutidos. Por isso, todos nós (pais e educadores) temos a responsabilidade de fomentar bons hábitos alimentares em família, com rigor (mas sem fundamentalismos), pois só assim conseguiremos criar crianças – futuros adultos – saudáveis.
A alimentação é, cada vez mais, vista como um elemento profilático – prevenção de doenças – e, por isso, juntamente com uma boa dose de bom senso e de conhecimento, cada família fará as escolhas que entenda serem as mais adequadas para os seus filhos. Com a diversificação alimentar – especialmente nesta fase – cada família, de acordo com a sua dinâmica e opção alimentar – deve estar esclarecida e consciente que a adoção de cada escolha comportará certos riscos que estarão/não dispostos a assumir.
Nunca se esqueçam que cada criança é uma criança e que as dicas que aqui são partilhadas poderão não ser as mais adequadas para os vossos filhos. Por isso, não deixem de consultar o vosso pediatra que melhor adequará a diversificação alimentar tendo em conta as características do vosso bebé!
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